
O custo das rendas em Portugal continua a crescer, mas a subida de rendas desacelera, registando o maior abrandamento dos últimos anos, segundo o INE.
Nos últimos anos, os preços das rendas em Portugal mantiveram uma tendência de crescimento, impulsionada pela elevada procura e pela escassez de oferta. No entanto, no início de 2025, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam uma mudança no ritmo de crescimento. Em janeiro, a subida das rendas abrandou para 6,5%, uma descida significativa face aos 7,2% registados em dezembro de 2024.
Este abrandamento representa o maior travão no aumento das rendas dos últimos anos, sinalizando um possível ajustamento no mercado de arrendamento. Para encontrar uma desaceleração de magnitude semelhante, é necessário recuar até 2017, quando a variação anual caiu 1,3 pontos percentuais num único mês. Apesar da redução do ritmo de crescimento, todas as regiões do país continuaram a registar aumentos nas rendas, sendo a Madeira a área com a maior valorização, fixada nos 8%.
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Comparando com o mês anterior, a subida mensal das rendas acelerou ligeiramente, passando de 0,3% em dezembro para 0,7% em janeiro. A Madeira voltou a destacar-se como a região com o maior crescimento mensal, registando um aumento de 1,1%. Não houve nenhuma região a apresentar uma descida nos valores médios das rendas.
Importa referir que estas estatísticas do INE incluem todos os contratos de arrendamento em vigor, e não apenas os novos contratos celebrados. Em 2025, os senhorios podem atualizar as rendas em 2,16%, de acordo com o coeficiente de atualização legal. No entanto, se a renda não tiver sido aumentada nos últimos três anos, a atualização pode chegar aos 11%.
O abrandamento da subida das rendas surge num momento em que o mercado imobiliário enfrenta desafios significativos. O aumento da oferta de novos imóveis, a desaceleração do crescimento económico e as novas políticas de regulação do arrendamento podem estar a contribuir para esta moderação nos preços. No entanto, a procura por habitação mantém-se elevada, especialmente nas grandes cidades, onde a pressão sobre os preços continua a ser uma preocupação para muitos inquilinos.
A evolução do mercado de arrendamento nos próximos meses será determinante para perceber se esta desaceleração é um fenómeno temporário ou se marca o início de um novo ciclo. Os especialistas alertam que fatores como a política monetária do Banco Central Europeu, o acesso ao crédito e as medidas governamentais de apoio à habitação terão um papel crucial na definição da trajetória dos preços das rendas em Portugal.
Para os inquilinos, a desaceleração da subida das rendas pode representar um alívio após anos de aumentos sucessivos. No entanto, a sustentabilidade desta tendência dependerá da capacidade do mercado em equilibrar a oferta e a procura, garantindo que mais pessoas possam aceder a habitação a preços compatíveis com os seus rendimentos.
Fonte: Supercasa.pt